O meu primeiro post de 2012 não era suposto ser sobre um assunto destes. Mas a vida é assim...
Hoje, ao fim da tarde, partiu para o seu derradeiro voo o amigo Bruno Alves.
Aviador de mão larga e amante da aviação.
Amigo de coração grande e sorriso pronto.
Profissional de reconhecida competência.
Homem de grande humildade, desarmante simplicidade e cativante simpatia.
E, raios me partam, um gajo com uma calma e uma serenidade perante a vida que impressionava e contagiava.
Voei, muitas vezes, com o Bruno nos meus tempos no Aeroclube da Madeira...aquelas voltas de Chipmunk que ficam para sempre na memória. Foi com ele, há quase vinte anos atrás, que andei pelas primeiras vezes na placa do, então, LPFU, acompanhando-o nos night stop checks aos aviões da TAP que dormiam cá. E aprendia, fascinado, enquanto o amigo Bruno explicava calmamente os segredos das entranhas de um 737-200. Tive a honra e o privilégio de poder colaborar, ainda que de forma quase insignificante e modesta, no projecto que o Bruno, em conjunto com o Marco Melo, encetou e que levou a que participassem no London-Sydney Centennary Air Race em 2001 - voando um Ruschmeyer R90 desde Londres, Inglaterra até Sydney na Austrália.
E passava os anos a encontrar com frequência e prazer o Bruno. Sempre de piada pronta, sempre com aquela calma e simpatia. Passavam-se quinze minutos de uma vida muito bem passados na companhia do amigo Bruno.
Como ele costumava dizer: Isso aí...ó, isso é pacífico!...
Eu não tenho, infelizmente, fotos do CS-DIR - o avião voou e despenhou-se antes de eu andar nisto de tirar bonecos a aviões. Mas gostava de deixar aqui uma e encontrei, na net, esta, tirada pelo Jorge Abreu, do Bruno aos comandos do seu Zlin - um dos sonhos da vida dele e que foi cumprido.
Até sempre, Camarada!
Que o teu derradeiro e eterno voo seja, como tu dizias, pacífico...
Aqui entre nós, deixas um lugar vago. Sem dúvida nenhuma...